quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O Siriano

Dia 28-1-2015 no Facebook:

“ – E em que mundo habitas? – indaga o infeliz.
- A minha pátria fica a quinhentos milhões de léguas do sol, numa pequena estrela perto de Sírio, que tu vês daqui.
- Que bela terra! – exclamou Memnon. – Quer dizer que lá não há espertalhonas que enganem um pobre homem, nem amigos íntimos que lhe ganhem o dinheiro e lhe furem um olho, nem bancarroteiros, nem sátrapas que zombem da gente, recusando-nos justiça?
- Não – respondeu o habitante da estrela -, nada disso. Nunca somos enganados pelas mulheres, porque não as temos; não nos entregamos a excessos em mesa, porque não comemos; não temos bancarroteiros, porque não existe entre nós nem ouro nem prata; não nos podem furar os olhos, porque não temos corpos à maneira dos vossos; e os sátrapas nunca nos fazem injustiça, porque na nossa estrela todos são iguais.
- Sem mulher e sem dinheiro – disse Memnon -, como passam então o tempo?
- A vigiar – respondeu o gênio – os outros globos que nos são confiados; e eu vim para consolar-te.”
(“Contos”, Voltaire, in “Memnon ou A Sabedoria Humana”, Abril Cultural, São Paulo, 1983, página 104.)

Mais um conto de Voltaire no qual ele se refere a outro ser alienígena. Note-se que ele coloca a sociedade de Sírio como superior à nossa: “não existe entre nós nem ouro nem prata”; “na nossa estrela todos são iguais”. Mas o mais importante é a declaração final do alienígena de que estão “a vigiar os outros globos que nos são confiados; e eu vim para consolar-te”. Ele acertou na mosca, pois a presença dos extraterrestres entre nós se resume nestas duas palavras: VIGILÂNCIA e AUXÍLIO. A origem da humanidade em nosso globo, mesmo em tempos remotíssimos, está ligada aos extraterrenos. E estamos vivendo, nos dias atuais, a culminância do Projeto Terra, sobre o qual, da perspectiva dos Ets, não sabemos praticamente nada. 

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