No dia 27-1-2015 no Facebook:
“Viajaram
por muito tempo, sem encontrar coisa alguma. Afinal divisaram um pequeno
clarão; era a Terra; coisa de causar piedade à gente que vinha de Júpiter.” (“Contos”,
Voltaire, in “Micrômegas”, Abril Cultural, São Paulo, 1983, página 117.)
Só
mesmo o gênio de Voltaire, em pleno século XVIII, para criar este conto que não
só é considerado como pioneiro na ficção científica universal, como também por
conter a ideia original de recebermos visitas de seres não-terrestres. “Um
gigante que vivia em Sirius decidiu se aventurar pelo Universo e visita o
Sistema Solar. Passa por Saturno, onde encontra outro gigante: mas este chega
apenas até à sua canela. É o secretário-geral de Saturno. Vai até Marte e não
encontra ninguém.” (Wikipédia) Na Terra, a qual o siriano julga igualmente
inabitada, avista um pontinho minúsculo se movendo no mar: era uma baleia,
sinal de vida. Com a ajuda de um diamante, que funciona como lupa de aumento,
consegue divisar um navio, e, dentro dele, alguns seres humanos,
pequeniníssimos, os quais faziam parte de uma expedição científica. O gigante
de Sírio estabelece comunicação, através de uma “trompa acústica”, com os
minúsculos terráqueos, enfatuados de ciência.
A
imagem magistralmente satírica de “Micrômegas” é ainda atual, a despeito dos
avanços técnico-científicos dos últimos séculos. Ainda somos um bando de
“homenzinhos”, se compararmos com o alto nível evolutivo dos nossos Irmãos
Espaciais. Recomendo a leitura deste pequeno texto de Voltaire. Rir da própria
insignificância é sinal de Sabedoria.
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