terça-feira, 30 de junho de 2015

Conclusão - Final


      “Um homem pode ver apenas desespero e destruição no futuro. Ou pode ver o Reino de Deus na terra. Depende de sua visão e se possui olhos e ouvidos espirituais. Pode ser como o filho ou como o pai da fábula do alto da montanha. Depende de se ter voltado ou não para Bahá’u’lláh. A escolha pertence ao homem. A fábula diz:

      ‘Era uma vez um pai e seu jovem filho que foram viajar para uma terra distante e, subindo ao topo de uma montanha, descansaram por uma noite. De manhã cedo, o sol fez desaparecer a escuridão e pintou os picos cobertos de neve de um alaranjado vivo.

      O filho acordou-se. Viu o céu brilhante e as cores rubras dos cumes das montanhas. Ele era um pequeno menino e podia ver apenas através da parte alta da janela acima dele. Não compreendeu aquele brilho, que o alarmou. Desejou o conforto do dia de ontem, quando estava em casa com sua mãe. Gostaria de jamais ter iniciado essa viagem. Estava seguro de que só havia desastre e fogo naquele novo e estranho céu.

      O sol, ao subir, foi aquecendo a neve do inverno que havia endurecido e empedrado devido ao longo tempo que ficara sobre a montanha. Os blocos de neve foram se soltando e  formavam cascatas trovejantes que desciam para o vale lá em baixo. O som terrível, que bramia, mais ainda que o céu chamejante, aterrorizou o menino, que correu para o seu pai e o sacudiu, acordando-o, gritando:

      - ‘Pai! Pai! Acorde! Acorde! É o fim do mundo!’

      O pai abriu seus olhos. Podia ver tudo claramente através da janela que era ainda alta demais para ser vista pelo menino.

      Viu o pai os picos coloridos pelos raios do sol matinal, com sua incandescência deslumbrante. Ouviu a avalanche de neve, libertada pelo calor do sol de primavera. Sabia que logo ele traria água fresca para as terras secas lá em baixo, restaurando a vida. Compreendeu todas essas coisas. Segurou a mão de seu filho, para confortá-lo, e lhe disse:


      - ‘Não, meu filho, não é o fim do mundo. É a aurora de um novo dia!’ ”

Nenhum comentário:

Postar um comentário